RUAS DA ZONA NORTE - TODA A ZONA NORTE

Apesar de todas as Zonas terem bairros residênciais, talvez a Zona Norte que mais se destaque pela alta presença de escolas e maior concentração de bairros residenciais na cidade. Sempre com um movimento contante e uma criminalidade alta o suficiente para que transeuntes saibam o horário mais seguro de se andar por aí, ainda assim nos finais de semana as ruas costumam estar mais lotadas de jovens que andavam por aí se divertindo, fazendo festas, indo pra bares e tocando musicas mais altas. Esses bairros já foram curtiços mas alguns deles chegaram a melhorar, outros que eram melhores decaíram e existem entre os jovens rivalidades de classes sociais e entre escolas. Algumas encrencas são dignas de brigas de jovens, mas ocorrências mais sérias também acontecem e o armamento infantil nesta região ainda é real.

Riven estava em um tipico bairro residencial brasileiro. Algumas coisas não diferiam muito dos bairros de classe mais baixa da America do Norte além de que era mais quente e as ruas eram um pouco menos acabadas e os jovens usavam roupas mais largas e folgadas. A rua estava bem movimentada, ela via jovens por todo o lugar, afinal era um sábado a noite. Quando passou pelo bairro viu muitos bares abertos tocando a música sertaneja brasileira, ela lembrava alguma coisa da música certaneja americana mas não muita, ainda havia uma coisa diferente no sertão americano e no sertão brasileiro mas ficava dificil dizer o que era. Via também jovens fumando em vários grupos diferentes, as meninas usando roupas curtissimas, quase nuas e os rapazes as segurando em um nível de intimidade que fosse de se esperar que fossem casados e mesmo assim este tanto de contato não era para se ter em público. Os tempos mudaram...

Ela ficava parada esperando e esperando a viatura da polícia civil chegar. O carro estava encostado do outro lado da rua, o motorista, um homem negro de meia idade apenas aguardava sem se importar muito com o tempo que se passava. Riven apenas olhava pela janela, aquela era uma casa, certamente era a casa certa. Uma casa comum do bairro.


Riven via a viatura da policia civil se aproximar da casa e encostar. Dois policiais saíam do carro mas apenas o motorista ficava do lado da viatura enquanto o outro se encaminhava até a porta onde tocava na campainha e logo depois Riven via alguém aparecer na janela de cima e naquele momento, o coração de Riven poderia ter saltado da boca se fosse vivo, seu rosto parecia ficar dormente, suas mãos suariam não fosse morta, mas certamente sua boca e todo o seu corpo tremiam como uma batedeira ao ver o rosto surgir pela janela para ver quem tinha chamado ao portão.

Foto:

Riven estacou e por um segundo ela poderia imaginar que... Poderia ser gêmea dela, não, poderia SER ela! A garota falava com o policial da janela

Garota: Oi??

Policial: Tá tudo bem aí? Fizeram uma denuncia de invasão na casa.

A garota fazia cara de confusa e respondia:

- Não, por aqui tá tudo bem! Tem certeza que foi aqui?

Policial: Aqui é o numero 122 né?

Garota: - É isso mesmo, mas ninguém aqui chamou a policia não, acho que foi trote, moço!

O policial fazia uma cara de enfesado mas respondia à garota:

- Tudo bem, boa noite!

Ele começava a se recolher para a viatura enquanto o outro policial ia entrando. Ao mesmo tempo, um outro grupo de jovens já aparecia na rua se aproximando da casa, haviam alguns meninos e algumas meninas, todos aparentemente da mesma faixa etária da garota. Uma das garotas gritava:

- Migaaaa!!! Desce aí!!!

A garota fazia uma cara de animada e dizia da janela:

- Nossa vocês são uns vagabundos, isso é hora de ficar na rua??? To descendo!!!

A garota voltava pra dentro da casa saindo da janela.

O taxista toma um breve susto com o grito subto de Riven. Ele botava a mão no coração e olhava pra ela assustado:

- Que isso moça! Quase me mata do coração!

Mas no final das contas aquilo era irrelevante para a ancilla que criava coragem para morder a isca de uma provável armadilha da qual era submetida. Ela descia do carro e seguia em direção à porta. Os jovens adolescentes viam a mulher chegar, uma mulher de pele corada e ruborosa, saudável e linda como só uma estrela da Globo podia ser. Alguns dos meninos olhavam para Riven embabascados, adolescentes, hormonios à flor da pele, sussurravam entre eles admirando a linda mulher e as jovens garotas olhavam sentindo-se intimidadas, afinal perto daquele mulherão da porra aquelas meninas não passavam de bebes de fraldas.

O grupo de jovens não parava nem falar com a moçoila, a menos que ela parasse para falar com eles. Eles observavam Riven ir para o portão da amiga e tocar a campanhia, muito curiosos eles ficavam quietos. Pouco tempo depois, a garota que era Carine por inteiro surgia na porta, o que já ia acontecer afinal ela já demonstrava intenção de atender aos amigos. Ela olhava para Riven com ar de curiosidade, claramente não reconhecendo Riven e pergunta:

- Olá??

E todos olhavam para a mulher estranhamente maravilhosa e misteriosa, esperando que ela respondesse.

A garota ficava um pouco reflexiva olhando para Riven, os adolescentes fitavam Riven também em silêncio esperando para ver o que se desenrolaria, e a garota responde:

- Ahm... Mas eu... Não me inscrevi em nenhum programa de bolsa, nem fiz minha primeira prova do ENEM. A senhora falou com a minha mãe ou o meu pai? Pensei que ligavam pelo telefone pra essas coisas.

E naquelas ultimas palavras da jovem, talvez o coração de Riven sentisse como se tivesse levado uma apunhalada... Ela se referia a outra pessoa como sua mãe, ao invés da vampira secular que ela não fazia ideia estar na frente dela. Apesar do tom de desconfiança da jovem moça que era a cara exata de Carine, ela parecia estar sendo respeitosa, cautelosa, mas respeitosa. Não era todo dia que aleatoriamente alguém batia na porta da sua casa oferecendo uma bolsa de estudos e no Brasil, quando isso acontecia, normalmente era uma furada.

A garota respondia pega levemente de surpresa:

- Foi? Eles não me falaram nada... Só um minuto.

Ela então vira-se para os colegas e diz:

- Guentem aí, já vou resolver isso e a gente dá um rolê.

Os garotos apenas assentiam e concordavam e ficavam esperando cochicando entre si. A suposta Carine se vira para a porta e gritava:

- Oh Paaaaai!!! Tem uma moça aqui que faz parceria com a Secretaria da Educação, veio falar de uma bolsa!!!

Cerca de um minuto um homem de cerca de meia idade um pouco para cima surgia à porta.

Homem:

- Que foi que você disse, Mariana?

Ele então olhava para Riven à frente dele, parava, piscava algumas vezes como se tivesse sido pego de surpresa, o que para Riven era normal visto que muitos homens se perdiam na beleza da secular. Ele se recumpanha de forma sutil e se aproximava:

- Pois não, moça?

[justify]Riven tentava farejar o cheiro do Sangue daquele sujeito, assim ela poderia já se precaver, além de estar lidando com outro Membro, também que tipo de gosto aquele sujeito teria. Ela tentava sentir o aroma, porém a ventania estava forte, não forte o suficiente para causar um temporal, mas forte o suficiente para que odores fossem varridos daquele ambiente. O homem apesar de ter uma aparência fechada não parecia um mal sujeito, ele estendia a mão para cumprimentar a vampira respondendo de um jeito firme e até na defensiva:

- Oi Ana, meu nome é Ricardo...Olha, eu não recebi nenhuma ligação sobre isso e minha esposa não me disse nada e se tivesse acontecido algo importante assim ela teria me dito. De qualquer forma, você está vindo falar de uma bolsa de estudo faltando...

Ele olha para o relógio de puls e complementa:

-... Faltando 5 pra meia noite de Sábado. A senhora pode deixar que na segunda feira eu mesmo procuro a senhora na secretaria. Vem, Mariana, vamos entrar.

Pelo menos para Ricardo, aquele assunto já estava muito bem encerrado. Mariana dizia:

- Não pai, eu vou sair com os...

Ricardo apontava para a porta repetindo de forma firme:

- Agora!!!

A garota fazia uma expressão chateada e olhava para os amigos com cara de quem não queria se despedir, e os garotos olhavam para ela com um tom de decepção por ela não poder sair mais, apenas acenavam para ela.

Entendo que a situação não valia a pena a insistência Riven se dava por vencida e entrega o seu cartão para Ricardo. O mesmo o pegava e o analisava com interesse e respondia:

- Está certo, se não na segunda, na terça ligarei para conversarmos melhor sobre isso. Ligarei no horário que pediu.

Com Ricardo aceitando e concordando em ligar para a vampira em outra hora, ela se despedia e o pai da susposta Carine, de nome Mariana, se despedia também com um aceno de volta. Ela também se despedia dos amigos que aparentemente chateados também se despediam e começavam a tomar seu rumo sem a amiga que vieram chamar para sair. Ricardo e Mariana entravam em casa fechando a porta e a ancilla voltava para o seu carro onde o motorista olhava Riven pelo retrovisor.

- Pra onde agora, senhora?

OFF: Estou assumindo que a personagem voltará para o carro, mas se não for o caso pode contradizer a narrativa.

Frustrada pelo unico motivo de ter ido àquela cidade não poder ser contemplado como desejada, Riven sentia-se perdida com toda a eternidade e absolutamente nada para fazer com ela. As vezes, a maior frustração de ser um morto-vivo era justamente essa, a solidão sempre seria eterna, não importava o Rebanho que se aglomerava entre a predadora, os tantos com quem ela conversava, se misturava para agarrar-se desesperadamente à sua humanidade, ou até mesmo os fantasmas que os mistérios que a noite trazia ressucitasse, no final, a sina de um Membro seria a solidão e querendo ou não, era este o maior sofrimento da imortalidade.

O taxista respondia de forma pronta e mecânica, como se já soubesse que Riven fosse falar aquilo:

- O Cidadão, moça. Lá é uma Gazeta e lanchonete bem famosos em Rio Doce, de boa qualidade. Tem acontecido umas confusões com um novo público que tem frequentado, mas só tornou o lugar mais interessante, se a você gosta de variedade de pessoas.

Se Riven então concordasse, o motorista iria já iniciar a partida para O Cidadão, e Riven torcendo para que pelo menos o restante de sua madrugada seja mais bem aventurada do que a frustração que foi o meio de sua noite.

OFF: Se Riven concordar em ir para o local, pode já dar um "fast travel" para o ambiente novo. O Cidadão, Gazeta e Bar.