Hotel Ibis Aurora - Vila Aurora

Marceline entrava no hotel, o mesmo era bem iluminado e agradável. A recepção estava praticamente vazia só estando presente uma mulher loira de meia idade que parecia ser muito carismática e de feições gentis. Quando Marceline aborda a recepção, a moça loira respondia:

- Boa noite, bem vinda ao Ibis Aurora.

Marceline então pedia por um quarto a recepcionista respondia:

- Claro que sim, apenas vou precisar dos seus documentos. A suite solteira é 100 reais a diária e 180 reais de casal, temos também suites para a familia 250 reais a diária.

Só havia um problema nisso... Marceline não possuía seus documentos, embora certamente soubesse os números de cor.

A recepcionista respondia esboçando um sorriso amarelo:

- Ah sim... O café da manhã certamente está incluso e é servido das 07:00 até as 10:00, mas ham... Eu precisarei do documento, senhora. Precisa ser um com foto, por favor.

E aguarda com um sorriso amarelo, aparentemente não querendo ser alguém desagradável mas não sabendo se estava conseguindo.

A recepcionista escutava as lamurias de Marceline, a mesma parecia constrangida com aquele pedido, podia-se ver que ela tentava manter a boa aparência e gentileza.

- E-Eu... Sinto muito senhora, mas eu não posso fazer o registro sem os documentos, são normas do hotel, todos os hoteis exigem o documento.

Ela parecia convicta apesar de parecer também se compadecer da situação de Marceline. No final das contas, o profissionalismo e provavelmente o medo de dar algum problema e por o emprego em risco com certeza era o motivador maior daquela recusa.

Quando Marceline abria a mochila e retirava o dinheiro claramente para a recepcionista de nome Magda, pelo menos é o que dizia no crachá, ela tinha um misto de alegria e medo nos olhos. Ela arregalava os mesmo, nos olhos haviam felicidade mas no sorriso havia esse medo de algo estranho, suspeito e ilegal estivesse batendo na sua porta. Ela ouvia em silêncio com um leve tremor no corpo o discurso de Marceline, a garota loira e machucada implorando por ajuda, a situação dela devia estar realmente desesperadora, era o que quem estivesse de fora poderia supor. Magda estava estática por alguns segundos, parecia em choque, talvez estivesse pesando os prós e os contras olhando ora para Marceline, ora para a quantia de dinheiro oferecida. A moça então, após quase um minuto de reflexão lentamente extendia a mão e pegava o dinheiro da mão de Marceline. As mãos de Magda estavam tremulas e pela cara dela, não tinha o habito de fazer coisa errada, mesmo que para ajudar outra pessoa. Ainda trêmula, Magda pegava o caderno de check in do hotel e dizia com uma voz preocupada e levemente já arrependinda do que estava fazendo:

- A-Acho que está tudo em ordem com seu documento, senhora...

Ela parecia estar negando para si mesma o que estava acontecendo, como se não quisesse a afirmação de que estava aceitando suborno no trabalho, seja por motivos bons ou ruins. Ela então parava nos ultimos registros de check in e dizia:

- S-Senhora, não consigo entender o número do documento e a letra do nome, pode soletrar pra mim, por gentileza?

A auto negação era grande. Depois que Marceline começava a dizer o número do RG, CPF e o nome, não importando mais se eram os verdadeiros ou falsos, a mulher fechava o caderno sem conseguir olhar Marceline nos olhos e virava-se para pegar uma das chaves no chaveiro dos quartos e entregava à Marceline ainda sem olhá-la nos olhos.

- Quarto 102, aproveite a estadia.

É então que, de repente, pegando tanto Marceline quando Magda de surpresa, elas escutam o som de um pigarro que vinha da lateral do balcão e então, olhando para a direção, Magda arregalou os olhos e seu corpo ficou mais trêmulo do que já estava antes. Ela havia congelado. Um dos seguranças que antes não estava ali de repente surgira como mágica, o filho da puta fora discreto, muito discreto e com certeza presenciou tudo. Ele era careca, alto, forte, de meia idade, moreno de olhos castanhos. Vestia uma roupa de segurança de hotel, terno, grava e calças sociais. Ele dizia com uma voz maliciosa:

- Então... Magda... E senhora... Hóspede...

Ele olhava para os lados, como se estivesse procurando mais alguém ouvindo a conversa, mas estavam sozinhos.

- Eu tenho um trabalho importante, de impedir que coisas erradas aconteçam, mas eu também tenho um probleminha, uma falta de memória ferrada, eu tenho aquela esquisitice que algumas pessoas tem, como é mesmo? Acho que é falta de atenção, essas coisas, geralmente acontece quando eu vejo coisas verdes e pequenas. Uma daquelas que a Magda achou por aí, esquecida por algum hospede, dessa distância não é o suficiente, mas se eu achasse uma dessas também, esquecida por alguma hóspede nova com certeza eu iria me distrair e aquele meu probleminha com memória ia começar a me afetar.

Ele sorria para as duas, para Magda e para Marceline, Magda estava em choque, apavorada, não sabia como reagir e pelo que ele falava, com certeza vira que Marceline tinha mais dinheiro de onde havia tirado.

Tudo parecia ocorrer bem à medida que o segurança pegava o dinheiro do chão de forma casual e rapidamente botava no bolso. Diferente de Magda, ele não tinha um crachá bem claro de modo que Marceline deve de tratá-lo por alguma forma neutra. Quando ela apenas agradece, o segurança apenas assente com um sorrisinho maldoso. Magda apenas assentia um pouco tremula ainda, mas assentia deixando que Marceline subisse para o quarto do hotel.

Quando ela chegava no mesmo, no terceiro andar, ela encontrava após atravessar o corredor bem iluminado e respeitosamente decorado, uma suite de solteiro completamente arrumada com toalhas e sabonetes em cima da cama. Ela se arrumava e ao terminar de se arrumar via que já era uma hora da madrugada. Poucos instantes depois ela descia pelas escadarias, Magda não estava na recepção, a mesma estava vazia, o mesmo segurança estava agora no seu posto, proximo da entrada e ele deixou Marceline passar por ele como se nunca tivessem se falado antes.

Quando a Malkavian saiu para a rua viu que Seu Alves ainda estava estacionado na rua ao lado e esperando dentro do carro.

Marceline voltara para o Ibis pagando mais uma corrida ao taxista, cerca de 24 reais a corrida. Ela então voltava para o hotel, passava pelo segurança careca e estorquista que apenas assentia para ela como provavelmente faria com qualquer outro hospede se ela o olhasse diretamente. Ela passava pela recepção mas não via mais Magda, no lugar havia um outro sujeito, um homem de meia idade de terno, provavelmente um outro recepcionista que cumprimentava Marceline se ela o olhasse diretamente. Ela subia para seu quarto e chegando no mesmo, abria a porta com a chave e logo de cara no chão ela encontrava um envelope grande que fora deixado por debaixo da porta enquanto a lunática estava fora. Quando Marceline fechou a porta e procurou ver o que rolava com aquele envelope, ela logo tirou dele algo que certamente ela não iria esperar. Era documento, um RG com sua própria foto 3x4 antiga da época em que era viva, seguido de um CPF, carteira de motorista também com a foto, titulo de eleitor, um cartão de crédito com um contrato de conta bancária, historico de crédito, certidão de nascimento, tudo no nome de Yasmin Rosário Diaz. Dentro do envelope também havia um bilhete.

Bilhete:

Após Marceline contemplar seu brinquedo novo e escrever eu seu diário, ela tentava ligar para Isabelle. O telefone de Isabelle toca algumas vezes mas e em seguida a chamada era rejeitada. Seja o que fosse, ou Isabelle não estava afim de falar com Marceline no momento, ou estava ocupada o suficiente parar querer falar com sua pupila no momento.

Ligando primeiro para Jacob, este era logo o que atendia à primeira tentativa, não sendo necessário que a Malkavian ligasse para cada um. Logo quando ele atendia e ela falava, Jacob respondia:

- Marceline? Eu te digo o mesmo, pensamos que tinha desistido do trabalho.

Jacob respondia impressionado:

- Nossa, isso é... Bizarro... Espero que esteja tudo bem com você agora. Que bom que ligou, porque Diná e eu estamos precisando de ajuda, talvez Yuna tenha desistido da tarefa do Hector. Aconteceram coisas bizarras, mais do que achamos que era possível...

A partir de então, Jacob começava a falar para Marceline tudo o que se aventuraram, desde que ela sumiu até o momento que foram investigar nos corregos um ancião Nosferatu que poderia saber de algo da estatueta, contou as bizarrices do lugar, que Yuna chegou a perder o controle com um dos mendigos e o matou a dentadas, ficou muito em choque, seguiram uma menina muito assustadora apesar de parecer ser humana, andaram por um lugar horrível, hostil, encontraram o ancião Nosferatu conhecido como Barata Cascuda e foi a pior experiência de sua vida. Barata Cascuda era pior criatura do filme de terror que já vira, e então contara que mais uma vez Yuna agiu de forma imprudente, deixou a impaciência tomar conta e invadiu a carroça do Barata cascuda e viu uma coisa lá dentro que a deixou traumatizada. O Barata pediu para que eles roubassem a estátua de Hector para ele, mas era consenso entre ele e Diná que não fariam aquilo. Eles arriscaram um palpite sobre um lugar chamado Lar Servas da Mãe Misericordiosa, viram essa placa queimada entre as coisas do Barata quando Yuna revirou a carroça, Jacob falava que sentiu um cheiro de queimado na estátua e Diná também e por tanto acharam que talvez pudesse ter relação.

- Amanhã nós vamos começar a pesquisar sobre esse lugar. Nós desocbrimos que as passagens da profecia que o Hector falou aludem ao próprio Caim, alguns acreditam que o Dragão descrito é o lendário Tzimisce Drácula, o Empalador, há quem diga que a donzela que chora é Lilith ou talvez a Criança com a marca da Lua. O que os ocultistas vampíricos concordam é que a existência dos Sangue Fraco, cujo sangue ralo impede que sejam relacionados a algum Clã, é um dos sinais da Gehenna. Se Hector leu essa passagem em algum lugar ou se alguém enviou tal revelação a ele, é algo ainda não concluimos, mas acontece que segundo a Victoria, e até mesmo outros Membros que a Diná conversou, esse papo de Gehenna e fim do mundo não passa de bobagem supersticiosa, então é suspeito Hector se importar com algo assim.

Nova Trilha Sonora:

Marceline ouvia toda a narrativa de Jacob, e toda a descrição rica em detalhes que só um Toreador poderia dar, mesmo que detalhes horrendos, fizeram Marceline se sentir mal só de imaginar... Ela já não estava se sentindo muito bem, sentia uma espécie de hostilidade no ar, quando como você começa a assistir um filme de terror... E então quando Jacob fala daquele lugar "Lar Servas da Mãe Misericórdia". Marceline ficou o tempo restante da conversa tentando lembrar o porque aquele nome lhe era familiar, e ela então sentia um mal estar, uma coisa ruim... Uma inexplicável falta de ar que não devia lhe fazer mal assim... Ela ia pro banheiro, Jacob ainda falava ao telefone, ela escutava e prestava atenção, mas ainda se sentia mal... Flashes vinham em sua mente, um lugar sujo, podre... Queimado... Risadas de Crianças...Sangue... O cheiro de Sangue imundou suas narinas, forte... Marceline tinha se alimentado a não muito tempo atrás, mas não o suficiente para se garantir saciada... Por que ela estava lembrando daquilo? Porque essas imagens vinham da sua cabeça?? Esse cheiro de queimado, lugar sujo e decadente... Cheiro de Sangue... Via Crianças brincando felizes dentro de um casa alegre e de repente elas estavam sérias, tristes, com marcas de machucados no rosto e queimado na pele. A pressão, era muita, Marceline estava com mal estar, muito mal estar. Ainda no telefone, Marceline foi direto para o banheiro, lá ela se viu no espelho, sua pele palida como morta, ela arfava, olhava para si mesma no espelho e de repente, o espelho havia trincado bem no meio, o som subito do mesmo tincando foi muito de repente, o espelho se trincou em 4 partes, e Marceline olhou para a parte da esqueda do espelho, olhou nos olhos de Cross, e este assumiu a posição do Sistema, sem saber onde estava, como chegou ali, sendo que a ultima vez que se lembrava, estava no carro de Isabelle. O espelho estava inteiro, como se nunca tivesse sido rachado, não que Cross tenha o visto rachar, apenas Marceline, que caiu na escuridão do esquecimento quem tinha visto sua mente se fragmentar novamente com seus proprilhos olhos.

- Marceline?? Marceline?? Ainda está ai???

Era uma voz familia no telefone... Como era mesmo o nome dele? Jacob?

OFF: Marceline sofreu uma falha Bestial e sua Pertubação fez efeito, agora Cross está no comando. Cross sofre penalidades de -1 dado em todas as ações fisicas.

Jacob chamava pelo nome de Marceline no viva-voz de forma alarmada à medida que ela fazia sons de dor e outras estranhesas à linha, até que finalmente, após um momento de aflição, Cross já no comando retornava ao telefone.

- Não... é a Marceline? Bem... eu... Só um minuto.

O telefone fica em silêncio por alguns segundos, e então Jacob retornava:

- Tá bem... Cross... Nós estavamos falando que... Em resumo, Diná, Yuna e eu fomos averiguar um palpite da Diná sobre onde podemos conseguir fazer o trabalho do Hector, a Yuna surtou algumas vezes e foi muito pra cabeça dela e ela quer desistir, fomos ver um ancião Nosferatu que queria que roubassemos a estátua do anjo, mas já decidimos que isso não vai acontecer. Vimos uma possível pista, é mais um palpite, na carroça do Barata Cascuda, o ancião Nosferatu, e amanhã vamos averiguar ela.

Cross não sabia o que o tal Jacob e Marceline estavam falando, mas parecia que era aquilo, Marceline iria receber uma visita e precisava recebê-la, e isso seria agora.

Jacob respondia com clara estranheza na voz:

- Eu não to entendendo... Estamos falando da mesma coisa? Eu não estou com pressa de nada... Do que você está falando? Que visita?

Marceline faz um facepalm quando Jacob estranha a sua pergunta e suspira visivelmente mesmo por telefone.

- Tudo bem, já entendi... Você foi hipnotizado para passar essa mensagem pra mim, ao que parece alguém está puxando várias cordas na nossa investigação e tem alguém me esperando me esperando...

Jacob ficava alguns segundos em silêncio e dizia:

- Só um minuto...

o telefone ficava mudo mais alguns segundos e dizia:

- Olha... faz assim, resolve o que tem que resolver, depois eu te ligo, ok?

Cross respondia:

- Não vai rolar, perdi o celular durante o ataque e ainda não comprei outro, eu te ligo quando comprar um amanhã, ou a marceline liga.

" Ele tá se ausentando demais... Deve estar se consultando com alguém, provavelmente com a pessoa que tá hipnotizando ele... Não dá pra confiar nele. "

Jacob responde prontamente:

- tá certo então. Me manda uma mensagem de texto antes pra eu saber que é você. até mais

- Mando sim, obrigado pela informação, até amanhã.

Cross esperava para ver se Jacob tem mais alguma coisa para dizer, se não desligaria o telefone, verificaria se a sua roupa está okay e descia para o saguão. Felizmente, a roupa de Cross estava nos conformes, mesmas roupas de Marceline habitual, apenas o tapa olho que era algo inusitado, mas já não era nada que o Malkavian não sabia. Ele saía do quarto e fechava a porta, descia pelo elevador ou pela escada e quando chegava no saguão da recepção, ele logo já escutava alguem falando:

- Boa noite, estou a procura de Marceline Rose Freitas, ela está hospedada aqui, poderia ligar para o quarto dela e dizer que Ana Croiss procura por ela ?

Quando passasse, veria uma lindissima mulher, mais linda até mesmo que Isabelle, com cabelos prateados e brilhantes, uma pele corada e bem vivida.

O segurança cumprimentava Ana quando ela passara o cumprimentando e indo direto para a recepção, ela já dizia ao que vinha. O recepcionista falava de forma amigável:

- Boa noite senhora, pois não, deixe-me ver aqui no registro, a senhora sabe quando a hóspede fez o checkin?

Logo depois, devido ao movimento excasso da recepção, Riven pode notar uma garota loira pálida usando um curativo grande no olho esquerdo que acabara de surgir do corredor do hotel. A garota era magra, usava roupas de gênero neutro, nada chamativo, e era muito bonita, apesar do tapa-olho médico que usava.